quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Aquele gosto metálico entre os lábios, invadindo o paladar deliciosamente, parece que nunca vou conseguir me saciar. Seja um litro, seja mil, nunca é o suficiente, ainda mais sendo de quem é. Dele. Cravo meus dentes quantas vezes forem no pescoço dele, corto sua pele até que toda a extensão esteja lotada de cicatrizes, reabro tais quantas vezes forem... Mas nunca, nunca vou me saciar. Quando digo que estou com sede, não me venham com água, não me venham com cafeína ou álcool, me venham com sangue. Dele. Mórbido, doentio, chamem do que desejarem, mas é meu vício e hoje, mesmo com tudo, ainda não me sinto satisfeito. Eu preciso de mais. Preciso.

Talvez não sobre mais sangue, por descaso, ou por indiferença, seja o que for, talvez não sobre mais sangue. Nem meu. Nem seu. Sangue por si só não se sustenta, digo... O nosso sangue. Minha cabeça permanece girando, e o gosto permanece aqui, impregnado em meus lábios, como cola, talvez eu não me esqueça, mas talvez não sobre mais sangue. Nesse ciclo vicioso, suor, sangue, lágrimas, suor, sangue, lágrimas. Suor, sangue, lágrimas, é tudo que conseguem arrancar de mim, não é? Nunca, nada sólido. Mais suor, mais sangue, mais lágrimas... Mas talvez não sobre mais sangue, talvez não sobre mais suor. E o que me resta? Lágrimas. Alguém me entende? Não. Acho que preciso descansar, porque cada vez mais, todo esse medo me consome se eu me deixar levar, nem lágrimas irão sobrar.

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