Rabiscava naquele forte e melancólico dia de chuva algumas notas no papel em branco que estava sobre a escrivaninha. A chuva caia tão fortemente que tinha de aumentar o volume do som. o que eu ouvia? Poderia ser Cassis, the gazettE tanto faz. O sentimento arranhado era o mesmo. Não tinha inspiração, mas ao mesmo tempo, o copo de vodca estava ao meu lado, parada, esperando ser terminado, mas não tinha pressa, afinal, pressa para o que?
Protegida, aquilo não seria o suficiente para aniquilar aquela angústia que me fazia ficar parada, olhando fixo os rabiscos que anunciava alguma obra.
Ruki poderia me ajudar nestas horas, ou, simplesmente, um bom Rock'n'roll...Naõ! Não estaria no clima para tais notas em meus ouvidos, sairia e me atacaria na noite perdida de chuva...
Vezes, o quarto era um grande galpão, com espaços por todos os lados.Vezes, era um cubículo, onde sentia-me pressionada por algo que não identificaria.Não saia do lugar, apenas o movimento do lápis, da mão buscando aquela vodca que estava parada..Ufa! Ainda tinha bastante..
Ali, pude concluir, diante do pequeno cenário que me induzia, as facetas de meu domínio, entendia até mesmo o movimentos da água da chuva que escorria pela janela, e como são suaves tais movimentos.Lembrava-me, depois de um gole de vodca, de outrora e de alguma palavra perdida no tempo que me veio à mente, logo percebi, não sou eu, não é a música, não é Cassis, the azettE, a alma que trás, busca no interior coisas perdidas, mágoas, felicidades.Enfim, lhe trás um pouco de tudo..
E a chuva ali continuava a molhar a alma, a vodca continuava a me cessar, Cassis continuava a me emocionar. Sabia que logo teria de dormir, ou não.Entendi por fim, , não é Cassis, nem o papel, nem a água da chuva, nem o drink...
Eu? Acho que não.Entendi por fim, as necessidades de se pensar em nada as vezes, porque destes atos, conseguimos resgatar nossa verdadeira alma, coisa impossível de se sentir no dia frenético do dia seguinte..
Dormi ali mesmo, o papel era meu travesseiro, a cadeira minha cama. A vodca não acabara, o incenso esquecido logo se apagaria..
Veria que tudo se valeu e que, o dia seguinte, seria mais uma vez, indescritível.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
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