Sempre me senti de um jeito diferente das pessoas ao meu redor. Era como se as minhas batidas cardíacas estivessem em uma estação totalmente diferente de qualquer um outro. Nunca foi uma questão de me importar em não me encaixar em certos grupos, mas eu sentia a falta de ter alguém ao meu lado. Alguém perto de mim sem segundas intenções; sem pena, piedade. Procurando ajuda, todos me falaram para ter paciência, pois tudo acontece no seu tempo certo.
Mas o meu tempo se difere dos outros. E eu já esperei demais, de mim, dele e de todos. Sentir-se suja o tempo inteiro é como uma chama queimando de leve a sua pele, perto o bastante para arder, mas longe o bastante para não queimar muito rapidamente. Algo que nunca irá parar, algo que não se tem anestesia para amenizar a dor. E as pessoas ao redor só pioram as pequenas queimaduras e fazem delas feridas abertas. Nenhuma cicatriz, nenhuma chance de se esquecer com o tempo ou ir se acostumando.
Sorrir por fora é diferente de sorrir por dentro. Quando você está sendo acolhido de formas erradas, você não se sente protegida nem desprotegida. Seu chão continua lá, mas em pequenas ruínas; machucando ainda mais a sua continuação positiva. É como se você tivesse tudo, mas não pudesse aproveitar. Porque seu braço não chega a alcançar a outra mão, porque seus dedos estão fracos demais e suas unhas quebradas não conseguem nem roçar na ponta dos dedos do outro lado. Nada é suficiente, nada satisfaz. Mas, existe aquela pessoa que consegue te segurar. Alguém que não irá te ajudar.
Existem as abelhas e as vespas. As abelhas só atacam quando se sentem em perigo e, quando te picam e o ferrão é puxado, elas morrem. Pois ele é tão forte que acaba retirando todo o interior da abelha. Assim, as abelhas só machucam uma vez na vida inteira. As vespas podem nos machucar quantas vezes quiserem, pois seu ferrão é diferente dos da abelha. É claro que depois de umas três, quatro vezes picando, ela perderá o veneno. Mas isso não impede a vontade dela querer ou não te furar, e elas podem fazê-lo. Um algo nos criou como vespas, e nós machucamos como elas. Usando nossos ferrões sem parar, porque nós nunca nos importamos quando estamos com o poder. O poder de machucar diversas vezes, com o intuito de nunca virar o jogo e sempre estar em vantagem.
Como sempre há vencedores e perdedores, existem as pessoas que ficam para aplaudir e pessoas que existem para consolar os que não ganharam. Inclua-me no grupo de perdedores sem alguém para um consolo; pois pena não vale nada, ainda mais quando não podem se colocar no meu lugar. É uma sensação diferente para todos, dependendo da mão que te empurra.
Vamos conversar sobre o drama. Ele pode ser utilizado de diversas formas, tanto como nas verdades como nas mentiras. Arrancar lágrimas ou risadas, divertir ou não. Esse não é o ponto. A verdade pode ser dramática por si só, como alguém que perdeu seu filho (a) em um acidente de carro, ou alguém que está com uma doença terminal e logo irá morrer. Essas pessoas não podem escapar do drama, por mais que eles tentem ser fortes e felizes, algo sempre voltará para assombrá-los. Como os pais que perderam o (a) filho (a), como alguém que não tem muito tempo na terra. Todos possuem seus temores, e é aí que eu queria chegar. Medo. O medo tem suas partes dramáticas. Pessoas com medo de altura, por exemplo, acabam criando uma cena dramática por estar em um lugar muito alto. Enquanto existem as pessoas que, podem pular de pára-quedas sem nenhum problema ou drama; medo.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
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