sexta-feira, 11 de dezembro de 2009



Feliz Dia Novo. Dia Novo porque não acho que esse sentimento deva nos tomar de assalto apenas quando começam os amigos-secretos e calendários dão lugar a irmãos-quase-gêmeos em paredes e mesas. Faz resoluções pra amanhã, e não pra 2008, pois 2008 nada mais é do que uma porção de "amanhãs" que se tornam "ontens" sem que a gente se dê conta. Ou melhor - a gente se dá conta sim, mas só quando forjamos uma surpresa genérica ao dizermos uns aos outros que "os anos passam cada vez mais rápido".

Não são os anos, és tu.

Tu que corres cada vez mais rápido e não reparas mais nos jardins, nos transeuntes e na beleza dessas esquinas. Esse frenesi injustificado que te faz avançar sinais, andar na contra-mão e ter preguiça de dizer "oi" a um amigo que passa do outro lado da rua são uma distração que tu mesmo criaste para passares os dias de forma quase-indolor (você não tem tempo para sentir). Aí você se depara com essa máquina gigante, que transforma o amanhã em ontem: o hoje. Ela é cheia de potenciômetros, botões, alavancas e todas elas são vermelhas. Logo abaixo de todos esses dispositivos há os dizeres "não mexa" - mas tu sabes que isso é só pra que tu queiras ainda mais descobrir para que servem tantos controles, tantos comandos.

Toma o comando da máquina e transforma teus amanhãs em ontens mais belos, e, sim, bem diferentes entre si. Quando a gente coloca o nosso "hoje" no piloto automático, apenas ontens iguais aparecem do outro lado da esteira. Não espera a Segunda-feira pra começar a dieta, e não espera o final do filme para beijar a moça. Não espera o amanhã, pois nada que tu possas fazer vai apressá-lo. Ele vem, em MRU, enquanto tu, afobado, olhas pra todos os lados menos pra dentro de si mesmo.

Estoura uma sidra daquelas bem vagabundas e bebe no bico, de GUTE-GUTE, até o fim. Sorri pra quem tá do teu lado e comemora, pois é pensando em nós que o orvalho se deposita todo dia em cima das folhas, refratando a luz do sol em mil-cores. É pra nos fazer sorrir, mesmo que não queiramos. É pra nos fazer pegar toda a angústia que a gente acumula nos cantos de casa e acender uma bela de uma fogueira.

Magno já quis não ser ele. Já sofreu, já amou, já sonhou, já gostou e desgostou. Hoje ele vive. Vive o hoje, mesmo que seja desesperado pra saber do amanhã. Vive o instante, quando acontece. Mas tem horas que parece que nada acontece. Hoje ele pensa em ligar, e nem sempre liga. Pensa em dizer e nem sempre diz. O Magno é complicado, até para o Magno. Na mente, insiste em se enganar e mente. No coração, prefere a sinceridade e sente.
Mas quase sempre apanha, porque na vida, nesse mundo, ninguém acompanha. Cada um com seu tempo, sua hora, seu momento. E ele vai voando, se entregando ao vento. Magno meu irmao, te amo

Nenhum comentário:

Postar um comentário