Querido, eu acho que tudo tem um limite para ser aguentado. Quando uma forte pressão ataca alguma coisa, esse tal objeto não vai aguentar essa pressão por tanto tempo, e ela terá que se aliviar de algum jeito, todos tem que ter algum escape. E querido, a pressão das mentiras chegou no ponto máximo para mim, não acha?
Eu nunca te amei, acho que foi tudo como o primeiro amor cego pelas lindas curvas do seu corpo. Talvez, em algum momento (muito breve) eu deveria estar apaixonada pelos seus olhos. Aqueles lindos olhos puxados, que agora estão enchendo de lágrimas - estremeça como um grande prédio abalado por um terremoto querido. A verdade chega como a mentira foi dita, rapidamente e sempre dolorosa, mas agora eu vou passar a dor todinha á você, mesmo que você não esteja preparado. Você tem o beijo mais ardente que eu já ganhei, e as palavras mais doces que já adentraram meus ouvidos - então por que tudo isso?
Amor não é para mim. A verdade nunca contêm uma gota de amor, os humanos hoje em dia estão ocupados demais para amar verdadeiramente, e tudo sempre se torna um clichê chato de novela das oito oras da noite. Ficamos rapidamente apaixonados por algo que não tenha sentimentos, é tão mais maleável e tão mais fácil de se obter. As pessoas são complicadas para se gostar verdadeiramente. E mesmo que você seja a pessoa mais simples que eu conheço, prefiro muito mais todos os objetos que poderia comprar com meu dinheiro, e essas lágrimas estão se tornando desnecessárias querida. Por que temos que nos apaixonar por uma pessoa? É tão mais fácil ficar trancado no quarto se apaixonando por outro objeto não vivo, até mesmo um livro, uma música. Pois eles nunca vão te maguar e nem sugar você devagarsinho. Eu nunca fui tua, e você sempre foi meu - eu ainda sou sua. Mas não me importo mais com as suas lágrimas, não me importo mais com o seu doce sorriso e sua delicada e pálida face.
Tudo se tornou desnecessário quando percebi que não preciso amar para sobreviver, mas sim sobreviver sem amar, mas aí querida, você estará sendo fria e sozinha. Não me chame de querida - então em vez de alisar sua face pálida lhe dei um ardente tapa que a deichou corado. Não me chame de querida - repeti minha frase. Sozinha é melhor, ninguém se machuca e ninguém sente a dor do amor. Por que eu deveria ser gentil com as pessoas se todas não passam de hipócritas seguidoras de um rebanho comandado por um bando de porcos sujos e fedidos?
Por que eu deveria não matar você nesse istante por ser tão agradável e ter a voz mais calma que eu já conhecerá? Não me aguentei vendo uma figura tão apaixonada por mim, eu coloquei minhas grandes mãos em torno de seu pescoço e a enforquei devagarsinho, até que o último suspiro que ele deu fez com que a sua última lágrima desnecessária correce seu rosto e parace em minhas mãos assasinas. Talvez existam pessoas que não consigam lidar com as outras, e me parece que ela, não aguentaria tanta crueldade do mundo moderno, e a sua morte provocada por mim tinha sido um favor para ela.
Carreguei seu corpo - gélido e com um olhar vítruo que todos os mortos deveriam ter. E a joguei na minha cama. Eu ainda podia lembrar das ternas palavras de amor que ele me pronunciará, e dos gemidos que ele soltará naquela cama. O cheiro dele agora me perseguia em todo lugar, e a minha mão sempre parecia suja de sangue, e eu sempre mordia meus dedos. Eles ainda tinham o gosto dele, e aquilo foi me consomindo até que um dia a morte chegou a mim. E as lágrimas desnecessárias que ele possia no rosto, agora pertenciam a minha face.
Ah, consegui desabafar a minha raiva sem quebrar alguma coisa, pelo menos o texto ficou bom
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
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