quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Agora mais do que nunca entendo a sensação dos humanos desistirem tão covardemente do próprio amor e como é quando os artigos se indefinem. Esses foram os dois meses mais vergonhosos de toda a minha vida, talvez ainda são, então, não se preocupe com os tempos verbais.

E porém, diga-se de passagem, foi uma dor doce. Como aquelas jujubas que meninos mulambentos vendem no farol, e me dão dor de cabeça. São bonitas, coloridas e açucaradas, de um jeito tão borrachento por dentro. Você morde, mastiga, mas não devora, pois sabe que lá no fundo todas têm o mesmo gosto.
Talvez eu entenda o que Sheakspeare quis dizer com "aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante", pode ser que tudo isso seja uma merdinha inútil pra eu aceitar de fato o que vem a ser esses tais 'olhos adiante'.

Matar o próprio amor é triste, agora desisitir do próprio amor é vazio, quase a mesma nausea das jujubas, ou de um tobogã: oco, sufocante e em círculos.
Pois bem, cheguei ao mar, ao rio, à piscina, chame do que quiser. E agora deixo as ondas, as artificiais que sejam, me levarem pra um abrigo qualquer.
E isso me deixa maluca, chega a dar ânsia de vomito o fato de saber onde é meu lugar e não poder estar mais lá.

Sem aquela obrigação egoísta do não ser. Eu, que muito diferentes do resto do mundo, inclusive de você, sei muito bem o que é ser livre e por isso, liberto até a liberdade, sem precisar provar pra tudo e pra todos através de padrões pré-estabelecidos que o ele também beija minha boca.
Não quero dizer que te amo, vai trazer pobreza pro meu texto e de alguma forma, vai fazer meu eu se tornar banal e feio.( Agora bata palmas, e quem se importa?)
De qualquer maneira, você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, o único capaz de entrelaçar meus dedos com uma porcariazinha de metal e não é só isso, mas meu am... você, falar da gente me faz sentir suja. Porque o que sinto num cabe em palavras, ou as palavras que num cabem no que sinto. Minha maior mentira e minha melhor verdade. Minha vergonha, minha fúria, minha cura, meu porto-seguro. Você foi você e nada mais, e pelo simples fato de você existir, pelo teu cheiro, pelo teu brilho eterno, pelas tuas verdades e pela sua alguma-coisa-que-eu-não-sei explicar-o-quê é que eu me encanto.

Meu fígado dói. Quando se perde tudo, não se tem mais nada a perder. Por mais óbvio que pareça. Me dá dor de cabeça.

Brilhe até amanhã. Deixe estar. O tempo é teu. Apenas tome-o.


[Eu tenho certeza que ele estava gostando disso. Porque era proibido - Antes de Partir]

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