quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Farrapos.

Estive pensando em tudo que eu quis. De toda a minha vida, o que eu mais desejei, mais pedi, mais implorei a todos e a mim mesma. Ando refletindo sobre tudo, como se essa noite não bastasse. Esse dia fosse pouco demais. E de todas as vezes em que tentei me desvendar e me enrosquei em mim mesma. Batalhas. Cerradas. Encerradas.
Engraçado pensar isso uma hora dessas, mas eu queria perguntar a todas as pessoas que me mostram um segurança infalível: O que você pretende pra sua vida agora? Alguns responderiam que queriam uma carreira, um amor novo, um carro do ano... E novamente pergunto. O que você pretende pra sua vida agora? Sim, eu sei dos meus planos pra um futuro não tão próximo, mas eu realmente sei o que querer agora, nesse momento que passa, que corre, que foge? Eu precisava que alguém me respondesse, o que eu poderia fazer por mim. Eu sempre estive ligada a tudo que diz respeito a se conhecer, se respeitar, aprender consigo mesma.

Mas, e quando eu não sei mais o que me tornei? E se de repente todas as coisas que eu aprendi escapolirem dos meus sonhos? Eu já não sei o que fazer de mim, preciso de algo que me tire daqui, me leve enquanto há tempo. O vento passou, a chuva escorre lentamente e se confunde as lágrimas que molham o rosto, secando a alma.

"O que eu choro é água com sal,
se der um vento é maremoto,
se eu for embora não sou mais eu."

Me vejo esvoaçar, caindo, caindo... Tic, tac, sinta a minha dor. Tic, tac, me empreste a sua. Tic, tac, as palavras somem... Reticências. Do que mais eu pretendo além disso? Eu não irei tão longe, sinto o tempo esgotar, minha esperança se aperta como uma esponja. Derrama todo o lixo guardado a tanto tempo. Memórias, histórias, farrapos. Tic tac, me leve... Leve. Leve.

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