terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Sem síndromes de Peter Pan

Minha mãe sempre me diz: Crescer dói, crescer dói e aprender dói mais ainda.
É, cada vez mais, sou obrigada a concordar.
Andei xeretando uns manuscritos anteriores e notei que eu era toda ativista. Uma garota que acaba de encontrar com a liberdade e esta disposta a mudar o mundo, mesmo que isso custe sua alma. Uma menina que se mexe, e por isso, faz os outros se dançarem.
Hoje, hoje as coisas mudaram.
Acho que cresci, e vocês não imaginam o quanto dói ter que admitir isso. Perceber que certas coisas simplesmente não importam mais. Se há algo perturbador, apenas me afasto, ao invés de tentar fazer essa coisa tornar-se ao menos tolerante. E quem dirá, até doce.
Perdi a inocência, extremamente irrecuperável. Mas ganhei em troca a tolerância. A maturidade de saber que por mais perspicazes que sejam as palavras, sozinhas, elas apenas somam conhecimento. A sabedoria mesmo, só é entregue ao homem através da mudança.
Da maneira mais possível, pois não sei dizer se é bom ou ruim, aprendi isso na prática.
E todos os meus conceitos caíram por terra.
Como é difícil crescer num planeta globalizado. Qualquer canto onde se há um computador é um mundo de deleites, encantos e dor, a internet é nua e tão real que chega a ser poética. É como uma máquina de sonhos, onde há tudo de todos.
Não sei quem foi o grande cara da vez que disse que tudo que um homem é capaz de imaginar o outro é capaz de fazer.
E a cabeça das pessoas fica um boom interminável. Muita informação sem saber direito o que fazer com ela.
Uma fotografia que traduz a vida, vira apenas uma efemêra imagem dentre outras mil num álbum de orkut qualquer.
E a gente quer viver rápido, na velocidade das fibras ópticas. Que até se esquece que correr depois do almoço da indigestão.
Absorver todas as culturas a troco de nada, sem nenhum aprendizado, nenhuma mudança. Nenhuma evolução.
Com tantos parágrafos e travessões, facilmente se esquece de ler as entrelinhas.
E um dia, um dia a gente explode.

(espaço livre pra cada um escolher o fim)






[Tudo que há pra viver, permitir. - Lulu, lindo na voz da Marisa.]

ps: Aceitação - Pensar 'então ta bom', ao invés de, 'já que tem que ser assim´.

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