“Estão customizando tanto o amor que nem vale a pena acreditar no mesmo.”
Vulgaridade enorme nessas palavras.
Amor meia-boca esses que ficam na suspeita, na estreita, na calada. (Silencia)
Dia desses num telefonema de hábito com meu amor dormente – Porque é assim que eu considero início de relacionamento, morno, dormente, franzino, que acaba logo. Nem julgo amor, nem necessidade. Não digo e muito menos espero que funcione – caí em brasa ao ouvir um “eu te amo”. Deu-me uma raiva passiva ali, raiva porque é incrível como as pessoas se deixam levar pelo costumeiro dito: Eu te amo. Acho graça. Amor virou balela, frase feita e pronta pra quem te fez dar um sorriso ou dois. Coisa mais tosca. Amor não se encontra na esquina, nem em dois segundos. Parece que tudo virou filme, tudo é lindo. Não vou seguir a risca esses meros sentimentais. Decadência. Acho que é “tanto amor” que virou rotina. As pessoas precisam dizer pra ouvir, porque é de praxe mesmo.
Muitas vezes eu quis dizer que amo, sem amar. Refreei-me por pensar que amor é coisa magnânima, que melhor alguém se doer de osso a osso do que se deixar levar por insinceridade. Melhor pensar três ou quatro, até mesmo milhares de vezes antes do que dizer só por dizer aquilo que alguém disse que quer ouvir. Não vamos banalizar o que é efêmero. Não vamos destruir o que desconhecemos, ainda. Vamos deixar que o tempo nos transmita, deixar que a incerteza nos tome e se torne certeza, tornar as coisas cabíveis, aceitáveis antes de torná-las imundas. Amar é correr risco e silenciar faz parte. Mas, por favor, diga que me ama agora?
Acho que você não aprendeu.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
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