sexta-feira, 5 de março de 2010

As sensações vem a tona.
Junto com elas a tristeza de somente sentir.
Acordei tão por dentro, tão melancólica e doente.
Faz muito frio hoje. O vento gelado farfalha as folhas no chão.
Folhas mortas pela falta de amor, folhas que vimos viver, e nós próprios a tiramos a vida.
Eu, você e nosso orgulho rídiculo.
A brisa congela o meu rosto. A cada sopro uma nostalgia me devora, como se o sonho estivesse tão perto da realidade quanto eu possa imaginar.
Por alguns instantes eu fecho os meus olhos e posso lhe ver, posso lhe tocar, mesmo com os olhos fechados as lágrimas escorrem quentes sobre meu rosto gelado e lânguido, uma euforia embala meu coração como se pudesse ouvir teus passos se aproximando, o corpo arrepia cada pêlo e cada pedacinho da minha pele pálida sente a tua se aproximar.
Eu não quero abrir meus olhos, tu esta novamente comigo, eu sei, eu posso sentir o cheiro no ar, anunciando você, eu posso estender a mão e tocar a tua, apertá-la bem forte, sentir a maciez da da tua pele branquinha outra vez como se nunca houvesse partido.
- ACORDE DUDE !
Eu não quero despertar desse momento, essa é a eternidade desse amor, estar presa imortal dentro de mim, como um fogo que arde e queima nos dias de chuva mais solitários da minha vida, quebrando a frieza do instante mórbido, reacendendo a chama das lembranças tão doces de um outono distante que teve que passar.
E quando a realidade me puxa do meu refúgio ilúsorio onde pareço ser feliz e sorrir sinceramente, eu me pego chorando, porque ao levantar a mão é só o vento farfalhando as folhas que eu sei sentir, é só solidão que eu sei ver, é só um grande grito desesperado de saudade que se pode ouvir.

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