Nós tínhamos fogo no olhar. No começo, eu nunca havia me sentido tão viva. No começo você me culpou, mas não é justo quando você diz que eu não tentei, eu não quero ouvir isso de novo. Eu juro que nunca quis deixar morrer, eu só não me importo mais com você. Não é justo quando você diz que eu não tentei, eu só não me importo mais com você. Nós tínhamos o tempo ao nosso lado. No começo, nós não tínhamos nada à esconder. No começo, você me culpou, mas não é justo quando você diz que eu não tentei, eu não quero ouvir isso de novo.
Não me importa os sussurros alheios, as fofocas, os boatos, o fim foi justo. O fim foi grotesco. Não vou dizer que as palavras dele foram como navalhas, porque não foram. Nada realmente me atingiu, não o suficiente para que eu me machucasse por isso. Meu coração não está partido, e meu sorriso não foi despregado de meus lábios. Se cada suspiro, cada beijo, cada abraço, cada jura. Se tudo foi uma mentira, tudo bem, eu me conformo com isso. Mas mentiras têm pernas curtas, como meu pai costumava me dizer e essa, não foi diferente. Não durou o suficiente para que se tornasse uma verdade. O amor só existe com o sofrimento, são complementos e um, com certeza, não viveria sem o outro. O amor requer confiança, e é necessário que se acredite cegamente no mesmo, assim ele se sustenta, e acho que foi exatamente por isso, que o meu morreu. Já não há mais nada aqui, nada de lembranças, palavras, cartas, nada de nada. Porque foi exatamente assim que aconteceu. Com todas as palavras dele, mentiras baseadas na raiva ou não, tudo virou nada. Meses de promessas viraram nada. E pra ele, o ser dentro de mim, também virou nada. Foi por descaso. Não exijo atenção, não sou carente e não me sinto necessitado, meu vício jamais existiu e eu sou feliz agora, sem uma corda ao redor do meu pescoço. Éramos apenas no papel, jamais no viver. Dediquei minha vida, dediquei tudo e ofereci até mesmo o que eu não possuía, mas fiz isso, pelo motivo errado. Jamais poderia esquecer o que ficou no passado, porque jamais morrera. E ele estava certo, ele estava completamente certo. Ao pisotear-me com palavras, só tive de concordar. Apesar disso, jamais me diga que não valorizei e que jamais amei, essa seria a maior blasfêmia existente, e todos sabem disso, menos vocês, pequenos coitados, cegados pela raiva. A raiva que nasceu do abandono. Deve doer, aposto que dói, saber que nunca mais estarei lá, e eu aposto que dói ver meu rosto em todos os lugares, ele sentirá a minha falta, porque desde o princípio, eu fui a maior mentira já criada, o maior pecado. Ficarei cravada em suas pálpebras para você sempre se lembrar de mim como: O maior erro que você já cometeu em sua vida.Qual foi o meu maior erro? Ter demorado tanto para perceber que eu jamais seria outra pessoa, que eu jamais amaria outra pessoa. Mas não é tarde demais, nunca é. Estou feliz, muito melhor agora. Não posso dizer que seu estado deplorável me deixa triste, porque não o faz, não desperta nem mesmo a piedade em mim. Ele sempre me foi um estranho, um desconhecido em minha cama, e agora, ele é apenas mais um no meu histórico de otários, que me apaixonei, e fingi que era assim pra sempre. O meu eterno, eu já achei, o meu amor, eu já tenho, já o possuo e sempre o possuí. O resto, sempre fora o resto e nós, sempre fomos os principais. Os amantes, os pecados são vocês. Minha alma é algemada à uma outra. E agora, chegou a minha vez de ser feliz, página virada, tudo resolvido: Estou de volta ao meu lar.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
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