quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Manhãs.

Aqui vou eu. Mais uma carta desesperada para um pedido de socorro. Eu não quero pedir ajuda, eu não quero que você olhe para mim e tenha pena. Estranho passar o dia-a-dia e notar como tudo sempre tem tantas características (sejam físicas ou psicológicas) e que tantas delas são especiais. O cheiro do pão de uma padaria entrando por minhas narinas, um casal sorrindo e uma criança correndo alegremente para se encontrar com dois pais preocupados. Tudo continua mesmo que nós desejássemos que tudo parasse para nosso momento de esquecimento. E aqui vamos nós, pedir socorro. E a ajuda nunca foi suficiente, os pêsames nunca foram agradecidos ou bem vindos por ninguém, quero algum contato físico verdadeiro, algo que faça você não ter pena de mim, algo que eu possa fazer sem você perguntar - precisa de ajuda? E assim eu vou, reparando e me viciando em coisas fúteis, só para passar o momento e tentar imaginar porquê eu acordo todos os dias enquanto muitas pessoas desejam dormir para sempre. E os assuntos acabaram, eu quero um para poder me divertir e conversar com milhares de pessoas ao mesmo tempo e nunca mais ouvir falar delas, poder desabafar, ouvir um conselho e seguir em frente. Como conseguem se apegar fácil? E lidar com isso? - nunca fui a melhor em relações públicas. Eu rio comigo mesmo, ser boba é tão bom, tão divertido rir com assuntos que nem deveriam ser falados e provavelmente não vão acrescentar nada na minha vida, ao não ser um riso bobo que vai me alegrar e me acompanhar por um bom período. Coisas sérias só nos deixam paranóicos, e eu ficarei bem sem elas por um bom tempo, e eu tento te escrever com a maior sinceridade, mesmo que isso nem seja uma carta de pedido de socorro, eu quero que você me ouça três segundos e siga meus lábios, eles sempre quiseram falar e terem algum compreêndimento. Quero sentir o cheiro das coisas felizes, e quero poder vivenciar as coisas ruins, rir e conversar, ficar bem mesmo sem motivos. O mundo ainda gira, e eu nunca vou esquecer que amanhã o Sol nascerá e iluminará meu rosto, todos ainda vão acordar e por um segundo vou lembrar de tudo com um mero sorriso, com uma lágrima de saudade, e com um rosto arrependido de não ter feito isso antes. As manhãs sempre serão manhãs, e ninguém precisa pedir socorro quando tudo está claro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário