“Colei o pulso ao peito pra impedir que a dor transbordasse, mais como sempre foi mais forte que minha força e um pouco do sofrimento saiu pelos olhos. O resto permaneceu no lugar, intacto, e ao mesmo tempo se espalhando por todo o meu corpo, como um veneno que está prestes a matar.
Invadia todos os espaços congelados e queimava, como quando você acaba de atirar o fósforo no álcool, ou jogar-se dentro de um vulcão. Queimava e transformava o que eu chamava de resto em nada, e ao mesmo tempo, em tudo.
Tantas sensações nascidas da tristeza, já estavam mais que prontas, mais que grandes, e alojavam mil balas no meu coração. O que havia sido roubado, pois levaram dele a sua única alegria.
Nesse exato momento se formam as cinzas das chamas que brotaram de repente nesse coração calado, roubado, nesse peito oco e já gelado novamente, que dentro de si não habita algo que possa se chamar de órgão com vida.”
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
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