quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O impedimento faz as coisas parecem mais óbvias. E nem é preciso ler pilhas de crônicas do Nelson Rodrigues para se chegar a essa conclusão. O homem, esse bicho neurótico, não aspira a intelectualidade, os bons modos, a cordialidade, ou tampouco a própria razão, ele quer ser selvagem, viver à sua própria lei.
Na maioria das vezes, pra não dizer todas, essa constuituição humana é feita ao inverso dos valores inutilmente passados ao longo da vida, por pessoas tão babacas quanto você.

Está claro na adrelina pulsante entre veias dos adolescentes que vivem namoros proibidos. No sorriso sarcástico de todos os tipos de ladrões ao gastarem sua grana com coisas banais. Na alegria dos bebês que fazem guerrinha de comida só para as babás arrancarem seus próprios cabelos, ou na sensualidade das garotas que saem correndo peladas no parque a fim de conseguir centenas de comentários infâmes.
O desejo é viver ao contrário, por puro prazer, não há explicação mais justa.

A sociedade quer ser corrompida, só inventa regras por causa das excessões, e só constrói muros para que sejam quebrados, como a tentativa desesperada de uma mãe que exige ser enganada pois só assim é mais doce.
Gostoso é pecar, é agir o errado, não importa ele qual seja. É viver de merdas e dizer que não está nem aí, é atuar essa incrível paródia sordidez humana.

Ansiosa pra ver quem me prove o contrário.

[ O que é um nome? Aquilo a que chamamos de rosa terá o mesmo aroma doce com qualquer outro nome, livra-te do teu nome e apodera-te de mim... ]

Pois é, a vida imita a arte.

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