
Ela tinha um blog, despejava emoções e desejos secretos, escrevia linhas carregadas de tesão que me faziam viajar enquanto a lia. Chegava a ficar excitada da maneira como ela escrevia.
Ela chamava-se Diaba, porque dizia ter o Diabo no Corpo. E se tinha…
Sabia que a Diaba também lia o meu, ambas éramos do mesmo signo, tínhamos gostos e opiniões muito semelhantes e a empatia era natural.
Das conversas nas caixas de comentários depressa passámos à troca de e-mails e começámos a conversar.
Estava mesmo presente a simpatia que nutríamos uma pela outra e apenas a distância de 300Km nos separava… eu em Lisboa e ela no Norte… e ambas gostávamos de nos conhecer, conversar, sermos amigas… porque não?
Combinámos com cuidado o dia do encontro, sem agendas preenchidas e sem compromissos tardios. O dia seria nosso, e não poderia haver razão para ser interrompido…
Tracei o percurso, iria ter com ela ao local de trabalho e seguiríamos para o almoço.
A partir do momento que chegasse ao Porto, seria guiada por ela, pois era território dela.
Fui de fim-de-semana, combinámos tudo bem combinado na véspera, o local de encontro e a hora certa.
Ambas nos sentíamos nervosas com a perspectiva de nos conhecermos, pois afinal, podíamos não simpatizar pessoalmente.
À hora marcada e no local correcto, vi-a a descer as escadas.
Era uma mulher muito bonita, um sorriso confiante, um olhar meigo e uma simpatia indescritível.
Entrou no carro, cumprimentámo-nos e senti o estômago apertar-se. Nervosismo.
Corei, que estupidez, como poderia sentir-me assim com uma mulher?
O restaurante era próximo e não tardámos a chegar. A conversa desenvolveu-se naturalmente e com os nervosismos postos de parte, sentadas numa esplanada, sem maridos e sem ninguém para interromper, disfrutávamos do momento.
Entre conversas e sorrisos, apreciava aquela mulher como há muito não o fazia com mulher nenhuma. As suas feições meigas e gentis, misturadas com um olhar que denotava promiscuidade deixavam-me inquieta. Sentia-me excitada só de pensar que poderia estar com ela.
Observava-lhe os gestos, os lábios moviam-se docemente, as mãos bonitas, bem tratadas, a pele macia e brilhante, e comecei a divagar nos pensamentos… os seios generosos e redondos, as coxas bem delineadas e de repente um “acorda para a vida”.
Entre as garfadas que dava, não conseguia tirar os olhos dela. Senti-a a corar, e pedi-lhe desculpa pela situação. E a pergunta surgiu:
- Já estiveste com uma mulher?
A timidez não se fez sentir, e ela respondeu com a maior naturalidade que nunca tinha estado mas que ultimamente andava a pensar imenso nisso.
O nervosismo de ambas sentia-se à distância. Entre olhares e sorrisos acabámos o almoço, metemo-nos no carro e rumámos a qualquer lugar para relaxarmos e conhecermo-nos melhor.
Pelo caminho, entre as escolhas dos CD’s, as nossas mãos tocaram-se. Olhei-a nos olhos e senti-a nervosa, algo impaciente com o passo seguinte.
Passeei a mão pela mão dela, toquei-lhe o cabelo e sentia-me como uma criança prestes a abrir um presente.
Estava excitada, muito.
Ela era linda e ia adorar explorar aquele corpo até à exaustão, se ela deixasse.
Podia sentir a sua respiração descontrolada, afinal de contas toda esta situação era nova para a Diaba, mas não desisti.
Aproximei-me dos lábios dela e roubei-lhe o sabor, um beijo inocente carregado de desejo.Sorri-lhe enquanto lhe perguntava “Onde vamos?” sabendo que estava agora nas mãos dela, e não tinha receio, apenas muita vontade de estar com ela.
(Continua...)
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