quarta-feira, 10 de março de 2010

Dor

A dor me invade por dentro, arranha, belisca, maltrata, fere minha alma que foste cicatrizada por diversas vezes e diversas vezes. Dureza para as lágrimas, esse era o meu automático. E agora? Por que elas não descem de uma outra cor? Soluços acompanham esses olhos tão corados por despejar intensamente esse líquido que achei que tivesse derramado em toda uma vida vivida em apenas 27 anos. Eu disse que eu era capaz de não sentir mais dor, que estava imune a ela. Mas, essa minha afirmação me apunhalou pelas costas, rasga cicatrizes das quais minha alma é feita, porque já não há mais espaço para uma ferida nova. Junto de todas essas sensações, joelhos se batem, uma cabeça lateja, mãos impacientes a cada palavra digitada, não conseguindo descrever um terço desse meu sofrimento. Estava flutuando, nadando feliz um mar escuro, feliz ao ver aquele céu estrelar e quando menos percebi eu estava afundando. Era você a me afogar. Aquele sentimento puro de uma vida inteira que você dizia sentir por mim, havia sido traído por você mesma. Agora todo aquele mundo encantado que você me deu está em chamas e eu estou queimando por dentro. Fugir dele às cinzas pra mim, está sendo tão difícil. Mas, eu prometo à mim mesma, que irei me recompor logo após. Tenho quanto tempo pela frente? Quantos dias, meses, anos? Transformarei cinzas em vida. Só me restou isso, uma tarefa meio impossível.

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